Apenas passos...
Quisera eu ser apenas passos
Trausentes nas calçadas solitárias
Onde postes esguios me batem palmas
Me brindando incertezas temerárias
A luz que se arrasta em opções
De ser sim, ou uma leve tolerância
Da íris dos meus sonhos em revoltas
Dos vôos que refiz lá na infância
O portão que range, entreaberto
Soluça para mim, em boas vindas
O meu hálito, já não mais reconhecível
Assopra nomes que nem eu conheço ainda
A mão, que procura entre bolsos
O equilíbrio do trajeto obscuro
Das luzes que me bailam, dançarinas
Brincando de sorver o meu futuro
As roupas rotas, o cabelo em desalinho
A varanda que não sabe, nem enxerga
Meu corpo, só meu corpo, onde estou
Cercado só de pedras e entregas...