Apenas passos...

Quisera eu ser apenas passos

Trausentes nas calçadas solitárias

Onde postes esguios me batem palmas

Me brindando incertezas temerárias

A luz que se arrasta em opções

De ser sim, ou uma leve tolerância

Da íris dos meus sonhos em revoltas

Dos vôos que refiz lá na infância

O portão que range, entreaberto

Soluça para mim, em boas vindas

O meu hálito, já não mais reconhecível

Assopra nomes que nem eu conheço ainda

A mão, que procura entre bolsos

O equilíbrio do trajeto obscuro

Das luzes que me bailam, dançarinas

Brincando de sorver o meu futuro

As roupas rotas, o cabelo em desalinho

A varanda que não sabe, nem enxerga

Meu corpo, só meu corpo, onde estou

Cercado só de pedras e entregas...

Allves
Enviado por Allves em 09/07/2012
Código do texto: T3767725
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