O ILHADO

O ILHADO

Sem voz

Com fogo crepitando na garganta

Caminho junto às pedras que,

Silentas,

Acostumaram-se aos passos dos tristes

Que palavra acalentará o sono

Quando todas as bocas emudecerem

No marasmo dos dias iguais?

Os passo são uma perna pós outra

Sem nenhuma intenção.

Imagino n´algum lugar,

Olhos fechados,

Respiração arfando,

Sem domador

Só fera exposta.

Sombras da festa ígnea baloiçam

À minha frente,

Convidando o que crepita

Sobre as pedras impotentes

Aguardando a erosão para ir.

Sou aquele que observa

Anseia

E olha o horizonte

Como soe a todo náufrago

Dia após dia.

Distante

Repente

Surgem os sinais

D´outro barco que passa

Ao largo.

Vê-lo passar ao longe

Sem atingi-lo

Com minha mão que balouça:

Aqui!!!!!!!!

Faz-me escorraçar Deus das esperanças

Faz-me olhar à espera de outra nave

Faz-me esperar...

Faz-me orar...