O DIA

O DIA

os jornaleiros na Central do Brasil

Chove

OIDI-OII-DIAEI

Repete o jornaleiro

Com o prato maquinal

Pronto, nas mãos.

DIAEI-OIDI-ÉDDIAEI

A máquina não mede

Consciências

Não medimos as mensagens

Apenas mergulhamos

Na profusão logotipal

Gutemberguiana

Que nos envolve

Universaliza

Dissolve.

Chove

No quarto escuro

Amasso o alvo pão

Duraletra

Profusão

DIAEIIDI

Grita a voz

Que apascenta

a ferabesta.

Nas mãos

A mensagem

Maleada

Moldada

Distorcida

Ao bel prazer

Do poder

BELO BELO

Escrevo tudo o que não quero

Ensandeço

Murmuro descoesos

No escuro estertor

N´alvo linho d´amor.

Bel Belo

Assimilo o que não quero

Respondo e consumo.

CHOVE

Erodi-diaê

Ôôdii

Confusão

Rótulos

Chamatrizes

Amanhã de manhã

Já serei outro eu

Quem se erguerá

Da cama e braços

Um outro eu

Argamassado

Estatuado

Na mensagem

No canto esquerdo

Dos classificados

Senhor Solitário

Procura Companhia

Um meu amigo

Perdido na cidade

De milhões de sozinhos

Carregados de mensagens

Inauditas

Um amigo perdido

Na miscelânea

Na algaravia

Na procela

Horacerta

D´O DIA