O AMOR QUE FALTA
O AMOR QUE FALTA
Ao te ver, viajei mil léguas
cacei tesouros
inventei instrumentos
que traduzissem minha voz
em sons, visto não haver palavras
que te representassem em mim.
Com a alegria dos apaixonados
contemplava tua foto desbotada
Tocava, suspiros, em teus cabelos
revelados, rodopiava pela sala
e andava leve pelo mundo
como se não houvesse mais nada.
Segredos que os apaixonados escondem,
nunca mais tua voz provocou minhas avalanches
teu riso nunca mais atraiu minha boca
teus olhos nunca mais, lumeeiros,
serviram-me de ânimo e guia
nas horas de pouco esmero.
O que fazer quando o amor se vai?
O que fazer com os sonhos compartilhados
nas noites acordados? Esquecer?
Agora fica o vazio que empoeira o corpo
O silencio desafinado do instrumento da palavra
que não sabe, também o adeus, traduzir em fala.
A janela que abro ao sol, todos os dias
é o hábito que a esperança não evita