Tua ausência ...
Me sinto carecer da vida a cada instante, quando estamos longe um do outro. É como se o chão sumisse sob os meus pés. É como se o mundo emudecesse aos meus ouvidos. É como se o ar sumisse à minha respiração. É como se diante dos meus olhos não houvesse mais nada, além da névoa cinzenta de uma grande tristeza, umedecida pelas dores da alma. Estar contigo é como andar sobre nuvens. Sem ti, é como se estivesse soterrado por imensas montanhas de pedras, e pedras, e pedras. Como seria bom, se igual aos poetas, eu encontrasse as palavras mais bonitas para formar as rimas mais ricas em ternura e amor, para com elas te dizer, gritar suavemente a todos os cantos de nosso planeta, que te quero tanto. E meus versos por certo fariam soar os sinos de todas as catedrais, diante de toda a pureza das coisas que levo no peito, por ti. Apenas porque estás me deixando, até não sei quando. Mas sei que regressarás ao meu carinho (e é muito bom estar certo disso). Mas enquanto estivermos longe, estarei impedido de pronunciar sequer uma palavra de felicidade. Já sinto o início de uma nova avalanche, nas montanhas que me irão deixar soterrado durante os dias que estiveres me abandonando, até o dia do teu retorno. Seja quando for, volte correndo. As portas estarão apenas encostadas, à tua espera. Talvez as rosas já não estejam tão lindas quando voltares, mas se assim for, não liga, viu ! Sobre as nuvens por onde transito quando te tenho diante dos olhos, existem muitos jardins, cobertos de rosas ... e saudades.