MATEOLOGIA

MATEOLOGIA

Ao marinheiro, que não mais necessita

ferros para fundeio,

Todos os ventos são favoráveis.

No passadiço, torce o leme em tonteiras.

Sem ordens, almirante, giroscópica,

Flutua sobre as ondas, sem bandeira.

Os olhos descortinam novos horizontes

“Mares nunca d’antes navegados”

Faiscando em fulgores de liberdade.

Leme ao léu, passa em revista seus domínios:

De proa a popa; espardeque, tombadilho,

Toda a nau é ele próprio, sozinho.

O vento frio dança seus cabelos.

O inusitado, agora, não é precursor do medo.

Afronta a tempestade, altipotente.

Todos os ventos lhe são favoráveis.

Qualquer rumo é o desejado.

o homem é a nave, cortando ondas com vontade.

Nada mais é preciso.

Nada mais é proibido.

Tornou-se poema no infinito

Ele, agora, é poema

Sem rima, métrica

Pena