CRENÇA

Estranhos pensamentos que me banham,
sob o sol que me arde e me arranha,
arestas me deixam em carne viva.
É hostil esse céu da cor do anil,
que me espia fingindo que não me viu,
por isso me conduzo, assim, esquiva,
já que nada, nada, nada me motiva,
recaindo de pecado em pecado:
tentações me cercam de todo lado.

Mas espero, um dia, ser redimida
das loucuras, aventuras que hei na vida,
pois eu creio não estou só de passagem,
deve haver algo lá, na outra margem
que mal vejo, tão longa é a distância,
porém nunca eu perdi a esperança.

Escuto... parece alguém me diz:
teu destino é de ser muito feliz.