JOGO
JOGO
Não me ameaces de derrota
Que esse blefe já conheço.
É assim? Dobro o lance
Arremato cartas
Viro lince
Cuspo fogo no teu segredo.
Não me idolatre vitória
Que não caio no teu rodeio.
Compro naipe
Invento trinca
Ponho canastra no meu medo.
Limpo as mãos, despacho curinga,
Limpo a mesa do teu tostão.
Pago morto, carrego terra
Aumento o buraco, levo ossada
Terno de ouro
Descarto. Limpo. Arrio
De chucro sem por as mãos.
Quando perceberes
Será tarde para reação.
Com o jogo batido,
Abandono a mesa
Recolho do feltro
A tua prata, esmeralda e ilusão.
Saio pela porta da frente
Com a idiota impressão
De Golias.
Cacife anão.
Os níqueis entrechocam
No meu bolso
Amargam meu coração.