JAMBREAKER

JAMBREAKER

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As mensagens que tens recebido

nesses dias televisivos,

jambreaker,

pouco tem servido.

JÁ estás meio condensado

de sábados apócrifos

com os amigos bêbedos

e tu, sobrio, o grande consciente,

a devorar sombras.

Na tua solidão campônia

recebes as mensagens.

Absorves rodas, ogivas,

chips, equalizadores,

vomitando miscelânea tal

que envergonhas os convivas.

Nas paredes escamosas

a pele se larga sem renovo.

Sobre teus eixos gira

um satélite sem destino.

És todo um homem deitado

com a janela aberta

deixando entrar chuva e sol,

confundindo, desmemoriando

sempre consciente,

janeirabril, para dentro de si.

Achas palavras soltas

nelas te enredando, solferino,

sem um brinquedo sequer

que te ampare na sorra queda;

entram vento e aves avorradas

pela janela que emperrou.

Tu, a voil d'oiseau

soluça ri pensando em feliz.

Teu lar é um escangalhaco

de plenas absurdidades

que só a ti dizem respeito,

com teus acompanhantes desencorpados.

Após vê-los adorar ácidos

e cultivar sortilégios

te enojastes e já eras contagiado.

Sacodes a cabeça negando

mas nao te abandonam.

Como regredir? Nao há um sequer

segredo a descobrir na estante!

Estas revelado e descolorido.

Batem á porta e chamam:

"as mensagens que tens recebido..."

Tu, contaminado de aéreos poderes

surrupiados às letras,

pensas nas mensagens que recebes

e vês que nelas...Há sentido?

O que tens sentido é sentimento?

solidão Solucao Soluço Sol SL

e te reduzes ao que te oferecem

nas mensagens. Nao és nem mais um corpo

OK, res cogitans,

e nada aceitas que já sabes

o que contem a mão multimídia estendida.

Dentro do satélite os grandes BIPs

redentores te solucionam o dia.

Escalrichado, buscas algum som

plausível nas mensagens

mas só te deparas com redes de palavras

que descobrem outras malhas.

Queres um sabor, ter sentido

dentro do domingo longevisto

or jawbreaker

nao percebes nenhum autocontrole

naquilo que lhe foi impingido.

Agora só observas e esquivas.

Tens a boca aperfeiçoada

Teus beijos redizem acedemicismos.

Descartes viola tuas dunas.

Lamentas nao ter á mão

um instrumento que divirta

e surpreenda.

Sobre as pedras és só

aparente mentira

e mentira aparente.

O que tens por dentro

nada sentes e se sentes

devolves à terra.

Vês, no dia repetido

que todas as imagens

já foram transmitidas:

há algo invertido.

Espelhos anteontenexos

esclarecendo teu sentido.

Com as maos sujas de terra

atinges as imagens

(nao as que tens transmitido)

alcanças brinquedos antigos

esqueces o cogito.

Da parafernália do homem esquecido

sorris e regressas ao instinto perdido

descobrindo em si novo sentido

nos espelhos refletido

menino antigo