SILENCIOSO

Agora a lentidão aborta seus instantes opacos

e eu posso

na volúpia da branca folha nadar

aos berros me esgueirar

na tolice do inane e silencioso momento

Aborta a solidão os silenciosos raciocínios mudos

nos mesmos segundos sem ruídos

e eu posso

como néscio homem comercial

divagar em meio à perfumes que não conhecia

Eu sei;

passa o momento assim como um voo

repentino na tarde álacre

das crianças no parque das eternas diversões

Avassaladora ás vezes

torrencial após insípidos dias mecânicos

Eu posso;

eu sei que posso atravessar

todo o condicionamento aziago e nebuloso

que vem quieto por trás do crânio

e rouba os ouvidos

Morpheus