INCONCEBÍVEL
INCONCEBÍVEL
O corpo sentado é forte,
braços capazes,
as limpas mãos,
dedos firmes
(olhar confuso):
sharp, dedilham.
Os ombros suportariam
1,2, mil atlas suspensos:
somas, multiplicações
Aqui nada se tira, nada se divide
tudo se soma
A cabeça, atmosfera densa.
Hora chegada,
afrouxa a gravata.
O corredor enlabirinta
Os dedos sujos de tinta da
bic, carimbo, mil autenticações.
Dentro de casa
livros, poemas, quadros
sonhos transformados em salário
discos, peixes, plantas, um jabuti,
hum homem nu, sua gravata, olhar calado.
As contas s’acumulam
os sonhos, ídem.
Aqui tudo é amanhã
que até se esforça por vir.
O despertador guilhotina o dia:
banho, cueca, gravata.
Atrás da mesa, os ombros suportariam...
Tudo é ia, se, amanhã,
sharp: um homem se perde.
Dedos firmes, quem diria:
Poesias:
1.475.323, 25
A Creditar.