HITLERJUGEND
HITLERJUGEND
“Du bist nichts, dein volk ist alles”
(citação de A. Hitler)
No vastíssimo planalto
De branco lajeado
Os rapazes contemplam
Os irmãos nas estrelas.
Os braços dos rapazes
De olhar minace
Enovelados de veias
Orquestradamente alteados.
Na segunda laje, mais abaixo
Os sapatos negros das meninas
Os olhos claros das meninas
Os corpos macios.
Os pés não param
Pisando esferas oxidadas
Que um dia foram prata.
Agora fulgem e destransparecem.
As gravatas pretas dos rapazes
Sem línguas, Nas janelas sem cortina,
Baloiçam ao vento.
No céu intrigado os
Anjos não dormem
Aves não passam.
Homens, em pane, fuzeiam.
Os rapazes, manoplas erguidas
Musculaturas retorcidas
Guardam uma esfinge de ouro
Fulgurante e outros minérios.
As traças da gloria
Roem as historias
No livro do ancião
Sob as vistas dos rapazes esquisitos.
As meninas, negras botinas
Sorriem para o partenologista
Que as ausculta em vão
Com sorrisos premedicídas.
As gravatas suspensas, e negras
As bocas tesas, sem língua,
Os calçados negros
No lajeado branco no planalto.
As bocas inutilizadas
Por mão esterilizada
Abrem e fecham, ocas:
Os sapatos não descansam!
No limiar da circunferência
A bola explode.
Os rapazes não se movem.
As meninas, nuas, já cansadas.
Na abóbada
Estrelas de fogo nascem.
As gravatas suspensas
Sobre as grutas do planalto.
No alvo lajedo
As esferas multiplicam.
As meninas ariscas, de branco;
Os rapazes, sem línguas,
Minaces e minados
Com suas gravatas suspensas
No planalto lajeado
Antes do amanhecer.
As redor das astronaves
Repletas de cadáveres
Que sobem para as estrelas
Sob a batuta de Wagner.