Morte

Morte que chega na beira do abismo

Olha para baixo e não vê nada

Se recolhe, implora para mais um dia

Ela olha, reflete e não vê coisa alguma

Morte seca que lacera e vai a loucura

Pesa na compreensão da tirania

Afasta-se na imparcialidade do querer

Reclama na observação do saber

Morte viva impressa na postura

Impera no seu desgosto

Morte negra e fria

Que se encolhe na escuridão de si

Ou clareá para um novo raia

Morte segura e que segura

Sem vergonha da sua existência

Fica, até se acalentar nas suas conquistas

Morte sem sorriso e deboche

Onde escuridão e luz se misturam

Incompreendida alia-se no alivio da ruína

Morro ao nascer

Morro a cada instante

Morro na esperança de não cultivar a descrença

Morro na razão e sem previsão

Me calo e espero a extinção

Palpite, prenúncio da despedida

Martha Mello
Enviado por Martha Mello em 07/07/2012
Código do texto: T3765662
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.