Noese
Estive ai, à sombra de sua pele
viva e do seu olhar amadeirado
estive ai, deitado sobre seu cetro
de espelho e argila, da sua glória
de verdura e do seu senso libertário...
estive pendurado sobre seu perdão.
sobre sua vida de vidro, sobre seu
histórico segredo de girassol...
um dia, todo o aparato escondido
nos alqueires de meu rosto,
nos vincões de formigas aladas,
e das estantes de livros raros
que depunha a favor de seu medo
um dia, com a mala de couro
desbotado, feito de caridade
e crueza: a beleza despontou
simples, reduzida apenas
ao seu grau último:
Uma pequena sensação de ser
claro...