SOLIDÃO

Sobre as relvas planícies

em manhãs ainda dormentes

passeiam sobre as árvores

gotas de orvalho cedendo à aurora

Em castiçais sobre o móvel

empoeirado,

sinais apagados de tempos festivos

Ali o silêncio calado,

desdizia a algazarra outrora rotineira

No jardim,

resquícios de borboletas

e beija-flores

visitantes mais que esperados,

parcos ramos

antes de atapetado verdil

não confirmavam que ali a vida habitou

E o portão,

lembrado pelo ferrolho enferrujado,

sinalizava que aquela manhã

seria como tantas outras

qual fotografia

que arquiva em imagem tempos vividos