BARCAS
BARCAS
(rossane)
Vejo três gaivotas tentando, inutilmente,
Algum peixe na água poluída
Que, dizem, há de ser cristalina
A barca, bêbada e velha, se arrasta
Nas águas outrora azuis
Onde havia vida
A barca, baleia morta
Boiando oca cheia de gente semi-viva
A olhar pasmada a água fétida
Outrora puríssima
A velocidade morosa arrastando vidas lentas
A tarde fria e azul de gente quase azuL
De tão fria
Os navios são espectros de aço
Boiando meio-pesados
Com seus marinheiros cansados