APOTEOSE
APOTEOSE
Nolite, amica mea
columba mea
dá-me tua força negra
de adormecer os corpos
aliviar os rostos
Tira-me dessa expectativa tirana
que me torna preso à solidão e melancolia
medroso do céu, essa amplidão
que alimenta e inebria.
Nolite, sensilis amica mea
multivãgus é meu coração
longe dos olhares dela
Seus cabelos, ouro a desgastar o sol
iluminavam minhas noites
Seus cabelos...
...Brilhavam seus pelos
fagulhas de claridade
na manhã nevoenta
Um pombo despencava do azul
Já vão longe os anos de felicidade
Seus olhos embebedaram-se de verde
causavam vertigens aos transeuntes
que de longe vinham, trôpegos d'emoção
contemplá-la.
Nolite, cansam minha dor
esses olhos transbordantes
esses projetos d'alma
Pára. Pára, coração!