AMAR
AMAR
Tuas palavras espacejaram
pela sala
espoucar de flocos
libertando silêncio guardado
em cofres indevassáveis
encravados dentro de mim.
- Amas-me!?
Teus olhos avaliam minha nuca
Assanham minha fuga
Dou volta na resposta
refugio-me em muralhas
escapando das tuas lâminas
- Amas-me?
Desvisto a farda
Despojo-me da força que um dia tivera
Teus olhos dançam no piso
Vacilam pela cama
Amuam-se no 3x4 antigo no espelho
- Amas-me...?
Tua voz assalta meu desejo
A resposta mora na verdade
que me amedronta
Enfrento teus olhos
Aguilhoando meu peito
Destroço minha honestidade:
- Amo!
Uma fagulha brilha longe
Mas não incendeia nada
Um alento perdido
No mar das idéias.
Certezas e desencantos
Sabes que minto mas não mo dizes.
- Sim. Amo.
Teus olhares exasperam minha fala
Quase um desespero
Mas não me encorajo
A dizer-te
Eu te amo
Pois, nem sei
Se amo
Ou se minto