naftalina

O que há

Pra se dizer.

Quando ninguém quer

Escutar...

Não me venda

A morte,

Não me venda

A miséria

Não me venda a mentira!

Quero a vida que eu vejo

Porque esses olhos

São meus. E creio

Que a inteligência é feita

De cristal. Frágil

Por isso, eu cuido,

Por isso eu recebo

Com certo despudor esse mundo que me ronda

A ciranda de alegria

Era ferida de naftalina

E todo riso e toda

Forma de amor

Era uma invasão

De privacidade...

O que são essas camadas

De desamor, esse estrangeiro,

Esse invasor...

Onde está a água transparente,

O rio límpido feito de belas manhãs

Não há nada a se dizer

Quando o que se escuta

É o remanso da mentira...

A janela não está lacrada

E a lavadeira desce levando

Á cabeça muitos dias

De esperança

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 06/07/2012
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