naftalina
O que há
Pra se dizer.
Quando ninguém quer
Escutar...
Não me venda
A morte,
Não me venda
A miséria
Não me venda a mentira!
Quero a vida que eu vejo
Porque esses olhos
São meus. E creio
Que a inteligência é feita
De cristal. Frágil
Por isso, eu cuido,
Por isso eu recebo
Com certo despudor esse mundo que me ronda
A ciranda de alegria
Era ferida de naftalina
E todo riso e toda
Forma de amor
Era uma invasão
De privacidade...
O que são essas camadas
De desamor, esse estrangeiro,
Esse invasor...
Onde está a água transparente,
O rio límpido feito de belas manhãs
Não há nada a se dizer
Quando o que se escuta
É o remanso da mentira...
A janela não está lacrada
E a lavadeira desce levando
Á cabeça muitos dias
De esperança