ABRAÇOS
ABRAÇOS
CB: teu abraço viajava
Ver-me na Índia
N’África
Ver-me verde
Adormecendo sobre disparates
Acreditando.
Londres, Istambul
Vietnã
Paranaguá
Verte a ampulheta
Derrama-me
Sobre Haiti, Afeganistão
Dakar, Romênia, Pará
Terra que não há.
Amores risíveis
Aventuras frouxas
Em Paris
Havaí, Natal, Grécia
Japão, Egito
A mala, passaporte carimbado
Eu, morrendo ás sextas
Acreditando que viveria os
Sábados, emocionar-me-ia
Stalingrado, Suécia, Síria, Bahia:
Trancoso; Angola, Suíça,
Outros ares, lugares, olhares
Rodopiando minguante
No céu, em itálico.
Chile, Manágua, Nicarágua
Cuba
Cavalgando Pegásus em Pasargada
Refletido nos espelhos cristalinos
Em Honolulu, faiscante em Viena
Ucrânia, Mesopotâmia, Athenas
Atlântida, apenas semântica
Rios transbordando, secas no sertão.
Ver, ver-te, verter-te
Nos cálices do meu desejo
Abraçar tua pele, selenita
Jamaicana, leva-me para lá
Deita-me em tua cama
Rompa a crosta de hialita
Que reveste meu peito arenoso
Descortina o pôr-do-sol oculto
No oposto do meu rosto
Arábica, anárquica, resuma-me
A um homem
Dentro do teu quarto
Viajando pelas galáxias
Maravilhado com o brilho
Dos mil centauros que te compõem
Que gerarão as estrelas dos nossos filhos
Em Arcádia.