A ROSA PITHECANTROPA III

A ROSA PITHECANTROPA III

p/afonso

A Rosa atravessou o tempo.

Cegando-se para os novos homens

ela viajava.

A mesma Rosa de sempre

desde quando brotara da lama

e lava

varava os ares.

A Rosa determinada.

A Rosa bólido

desmemorizada

sem noções quaisquer

nada carrega, nada arrasta

em sua viagem sem paradas.

Suas pétalas selvagens, clavas

desconhecem arroubos, humanismos:

a Rosa Solitária.

A Rosa captadora

nao desdobra som

Do primeiro urro

ao último código

rompe simbolismos,

a Rosa lança.

Atirada contra a tela do tempo

rasgou naturezas vivas e mortas

desfez fundo e forma

teses e antíteses

cavalgando o ar

esporeando o espaço.

A Rosa rústica

modernizada

embrenhou-se nas máquinas

nos chips equacionadores

nos bips redentores

no verbo encarniçado.

A Rosa meteorítica

dos púlpitos

A Rosa mídia

florescendo na minha boca

A Rosa eletrônica disfarçando

a Rosa Pithecantropa.