A vida é bela.
A vida se faz florida a cada novo passo,
a cada novo respirar,
a cada novo amar, a cada nova regada.
Suas cores são fraternas, ternas, eternas.
Dá gosto vê-la sorrir, entreter seus desejos,
untar cada vértebra da sua alma com perfumados suores,
com imantados afagos, com alforriados folguedos.
Dá gosto perceber-se liberto, apto para seguir em frente,
abençoado para pensar, criar, fecundar, atracar.
Dá gosto entender que o certo é possível,
que o gostoso é tangível, que as coisas podem bem ser justas,
honestas, de coração limpo, transparentes na sua essência maior.
Dá gosto reconhecer que o tempo é senhor,
que tudo acontece na hora certa,
que tudo dá certo no final, sempre.
Dá gosto atinar que somos parte de um todo maior
e que a nossa missão é fazer este todo acontecer,
este todo perdurar,
este todo existir.
Dá gosto olhar pra trás e ver no nosso rastro
um apanhado de lutas, tombos, rasgos, cicatrizes,
retalhos de uma jornada que foi dura por certo,
mas que foi vigorosa, emocionante, que tudo valeu a pena.
Sobretudo, que tudo valeu a pena.
Pra minha companheira de jornada, Quézia.
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