O nada que sou
O que não sou,
Um herói do esporte
Nenhuma grande estrela das artes
Nada que brilhe especial,
Nenhuma fé ou ciência.
Não sou para a sociedade um meio.
E embora eu seja um,
No meio de uma multidão
A flecha que me acerta
Vem por engano,
Genericamente torta.
A luz que me alcança projeta a sombra,
Distorce o que sou.
Ela que vem de fora,
Das conveniências do mundo
Repleta de verdades emprestadas
E de preconceitos gastos.
Assim sigo,
Andarilho do meu caminho
Ignoto e satisfeito
Pois o nada que sou
Outro alguém não pode ser.