RENITENTE
Eu te amo, eu te amo, eu te amo...
Ouço o eco que vem do infinito.
E a todo instante insisto e repito,
e só escuto minha voz, meu próprio grito.
Na lembrança do que houve entre nós,
relutando tento ouvir a tua voz,
murmurando o teu nome sempre aflito,
e ouço sempre o que eu mesmo havia dito.
Já cansado em silêncio adormeço,
e recomeço logo ao raiar o dia:
eu te amo, eu te amo, eu te amo...
Sem resposta, sufocado, então padeço,
e novamente o silêncio por ironia,
impiedoso zomba da minha agonia.
Saulo Campos _ Itabira MG