VAGABUNDO INVETERADO
VAGABUNDO INVETERADO
No maior ócio
Entre passos preguiçosos
Quero gentilmente me rebelar
Entre um e outro bocejar
Dizer e poder gritar viva a ociosidade
Sempre em orbita só com meu silencio
Sem métodos e sem referencias
Tentando denegrir a imagem do esforço
Deixando emergir minhas essências
Sem artificios para engalanar meus defeitos
Tentando voar na luz dos sentidos
Sem medo de tempestades ou chamas siderais
Sou este amante quase sem jeito
A decifrar enigmas do verbo amar
Com o cerebro sem acumulações do dia a dia
Viver é tão bom e tão manso
Banindo as prioridades urgentes dos afazeres
Usando o simpatico alibi do não faço e me canso
Sou este inveterado vagabundo
Sem querer desperdiçar o meu silencio
Tentando inventar uma fechadura para o por do sol
Calculando desta porta a espessura
Tentando associar-me ao sindicato da loucura
(Orides Siqueira)