VAGABUNDO INVETERADO

VAGABUNDO INVETERADO

No maior ócio

Entre passos preguiçosos

Quero gentilmente me rebelar

Entre um e outro bocejar

Dizer e poder gritar viva a ociosidade

Sempre em orbita só com meu silencio

Sem métodos e sem referencias

Tentando denegrir a imagem do esforço

Deixando emergir minhas essências

Sem artificios para engalanar meus defeitos

Tentando voar na luz dos sentidos

Sem medo de tempestades ou chamas siderais

Sou este amante quase sem jeito

A decifrar enigmas do verbo amar

Com o cerebro sem acumulações do dia a dia

Viver é tão bom e tão manso

Banindo as prioridades urgentes dos afazeres

Usando o simpatico alibi do não faço e me canso

Sou este inveterado vagabundo

Sem querer desperdiçar o meu silencio

Tentando inventar uma fechadura para o por do sol

Calculando desta porta a espessura

Tentando associar-me ao sindicato da loucura

(Orides Siqueira)

Orides Siqueira
Enviado por Orides Siqueira em 05/07/2012
Reeditado em 06/07/2012
Código do texto: T3761427