DESCULPA DESALINHAVADA

Para vestir-se de consistência

Palavras precisam ter

Vínculo real de coerência

Com a prática do fazer.

De nada vale juntar

Palavras e frases, sentenças forjar,

Não obstante a relevância estética.

No caso em apreço, a desculpa soa patética:

Infiltrou-se no esqueleto do sistema

Para minar e destruí-lo por dentro.

Dizer não ter sido cooptado

E que tudo se resume a tático esquema

Arquitetado

Então, de caso pensado...

Argumento desalinhavado.

Arrogância pueril

Ou, por digno de fé o d'antes explanado

Sendo tomado,

Projeta um intelecto travado,

Para mudanças de concepção, bloqueado.

Terra de coronéis?

Quais coronéis? Se ainda os há, e os há,

Na acepção sociológica,

De variada matiz ideológica,

Inclusos os de ponta-de-lança anti-sistema disfarçados,

Pregoeiros anacrônicos de ideários ultrapassados.

Apropriado seria dizer: sertão de bacharéis

E menestréis,

De produtiva agricultura irrigada,

Terra abraçada

A tecnologia avançada.

Então,

Do status quo conseguir a explosão?

Bem mais factível nevar no Sertão,

No quinhão mais tórrido e árido

Do semi-árido.

Convincente é admitir a adesão

Por consciente rendição

Aos prazeres em questão:

Os comeres,

Vestires,

Beberes,

Os exibires...

Amadurece, menina,

Não terás que abrir mão da cajuína!

Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 04/07/2012
Reeditado em 01/12/2012
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