DESCULPA DESALINHAVADA
Para vestir-se de consistência
Palavras precisam ter
Vínculo real de coerência
Com a prática do fazer.
De nada vale juntar
Palavras e frases, sentenças forjar,
Não obstante a relevância estética.
No caso em apreço, a desculpa soa patética:
Infiltrou-se no esqueleto do sistema
Para minar e destruí-lo por dentro.
Dizer não ter sido cooptado
E que tudo se resume a tático esquema
Arquitetado
Então, de caso pensado...
Argumento desalinhavado.
Arrogância pueril
Ou, por digno de fé o d'antes explanado
Sendo tomado,
Projeta um intelecto travado,
Para mudanças de concepção, bloqueado.
Terra de coronéis?
Quais coronéis? Se ainda os há, e os há,
Na acepção sociológica,
De variada matiz ideológica,
Inclusos os de ponta-de-lança anti-sistema disfarçados,
Pregoeiros anacrônicos de ideários ultrapassados.
Apropriado seria dizer: sertão de bacharéis
E menestréis,
De produtiva agricultura irrigada,
Terra abraçada
A tecnologia avançada.
Então,
Do status quo conseguir a explosão?
Bem mais factível nevar no Sertão,
No quinhão mais tórrido e árido
Do semi-árido.
Convincente é admitir a adesão
Por consciente rendição
Aos prazeres em questão:
Os comeres,
Vestires,
Beberes,
Os exibires...
Amadurece, menina,
Não terás que abrir mão da cajuína!