SALVE PRETO VELHO
Sônia Rêgo
Preto Velho, tão cansado,
vai se apoiando em seu cajado,
andando bem devagar.
Mas fazendo, com certeza,
a caridade mais pura,
para nos aliviar das amarguras,
desta vida de tristeza.
Na pobreza da senzala,
vem, na lembrança o feitor
com chibatadas tão doloridas...
Prendia os negros, nesta vida
de humilhações, até a exaustão.
Ó mal fadada escravidão...
Hoje o velho é livre,
graças ao fim da escravatura.
Respeitado como um nobre
de coração tão bom, cheio de amor.
Vem fazendo caridade pura,
aliviando nossa dor.
SP- 04/07/12