Ventre fresco

Há que pena

que tudo acabou

o travesseiro

ainda me roça aquele

seu cheirinho de amor...

calabouço agora...

até a força voltar!

e a luz agora num buraquinho

no telhado...

esperar ...

a baton esquecido na gaveta

a marca da mordida

nunca citrazada...

Que dentes treinados

que desliza entre os tecidos

sem pudor....

tem mulher que dói

tem mulher que assim

feita de abismos e de loucuras...

mas como é bom...

como é bom se iludir

como é bom sonhar

Quando pulo abismos

crio asas...

e que abismo mais

feroz, mais escuro

e mais cheio de excitação

que abismo da mulher? ...

crio asas nessa queda.

crio asas no ventre fresco

de uma mulher!