...na verdade, AMAR
Minhas mãos andam reclamando,
e há tanta vergonha entremeada,
tanto acaso premeditado,
tremor acima de nós,
abaixo dos pés,
puros e cheios de fé.
Minhas mãos tremem.
Pela raiva comedida,
pela política e suas promessas,
pelo jeito com que me entrego
às outras mãos.
E continuam a tremer,
pelo fato,
pelo olfato de bar,
pelas pernas tuas que já me calam
os instintos com tudo o que há de suor,
com tudo o que há de sonho,
com um tremor esquisito
que me faz esquecer a regra de qualquer poesia.
Minhas mãos andam reclamando...
na verdade, AMAR.