...na verdade, AMAR

Minhas mãos andam reclamando,

e há tanta vergonha entremeada,

tanto acaso premeditado,

tremor acima de nós,

abaixo dos pés,

puros e cheios de fé.

Minhas mãos tremem.

Pela raiva comedida,

pela política e suas promessas,

pelo jeito com que me entrego

às outras mãos.

E continuam a tremer,

pelo fato,

pelo olfato de bar,

pelas pernas tuas que já me calam

os instintos com tudo o que há de suor,

com tudo o que há de sonho,

com um tremor esquisito

que me faz esquecer a regra de qualquer poesia.

Minhas mãos andam reclamando...

na verdade, AMAR.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 03/07/2012
Reeditado em 12/04/2016
Código do texto: T3759245
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