Dois animais

(Gata)

Entre as coxas, pelos finos

Que me fazem arrepiar.

Quando passo a minha língua

É felina no paladar.

Sou arteiro nos seus braços

Onde encontro o aconchego,

Mas não quero criar laços

Dessas coisas, tenho medo.

Observo quando andas

Longas pernas torneadas

Separadas pelas bandas

Carnudas nas anáguas.

Gosto da gata manhosa,

Do tato, olfato e do olhar.

Nas manhãs tão Preguiçosa

Na cama, vertida em altar

(O beija-flor)

Dou piruetas no ar

Sou como um colibri

Que beija, beija, sem parar.

Nas paredes de reboco batido

Nossos corpos pervertidos

Dançam sem parar,

É um vaivém frenético,

Quase enfeitiçado.

Pelos vãos medra o mel

Que jorra como a seiva da madeira verde...

Parece que chora,

Choro junto.

É o amor proibido que não quer calar

Norberto Temoteo e eu.

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 03/07/2012
Reeditado em 15/12/2022
Código do texto: T3757875
Classificação de conteúdo: seguro