... É o que eu sinto no coração

Como tudo, o dia já foi renovado
mas há sempre algo que não muda.
É talvez a manhã, a santa liberdade
como que chega com o sol
vestindo a vida de luz
toda a humanidade.

Ser livre, como são livres as águas
que correm ao encontro do mar.
Sem previsão de tempo
ser livre como são livres as aves
que migram para outro lugar
e deixar a mãe, o carinho consolador
em busca da liberdade
junto ao tempo precioso
escrevendo sua própria verdade.

É ser feliz demais colher diversas rosas
ser livre é o desejo dos condenados.
A vida passou a ser horas
no momento que se torna atrasado
cada linha a ser escrita...
Há algo que nunca muda.

Talvez a esperança de percorrer vastos campos
ou a convulsiva vontade de tudo acabar.
Ser livre talvez seja para certas escolhas
não necessariamente para a glória
nem aos proveitos da carne.

Tudo que se vê, que se senti, muda
a fé, a luta pela busca da sobrevivência.
A aliança se faz comum
e é repartida entre brigas e mortes.
O mártir é o amor e as vezes
se torna uma nuvem escura
uma taça de amargura.

Mas como tudo, o dia já foi renovado
e se deixa o ontem guardado no passado
cercado pelas grades do esquecimento.
E a santa liberdade?
Pode ser um tirano, um péssimo ser humano
e gozar uma bela felicidade?

Pode, não pode. Mas vamos dizer,
quem somos nós para crucificar
qualquer pessoa que tenha a liberdade
de escolher as suas mudanças.

Eu, por diversas vezes precisei mudar
me renovar, como qualquer ser
que quer ser feliz.
Precisei fazer, refazer
por que não é fácil controlar meus pensamentos.
Mas toda essa mudança
essa presença de querer conquistar
há algo que nunca muda...

Chagas Neto
Enviado por Chagas Neto em 02/07/2012
Reeditado em 02/07/2012
Código do texto: T3756232
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