Brado Infinito

Seria um fado?

Não... Somente um brado

Um grito agudo de vidas

Entre as vielas escuras

Entrecortando âmagos

Lancinantes como estalactites

Perfurando solos úmidos

Sensação despida e frívola

Entre as estalagmites

Entre os opostos atraídos

Seria a vida?

Sim... Várias vidas

Caminhantes entre varias mortes

Entre os fantasmas da cidade

Entrecortando infernos

Suando entre calafrios

Vidas esvoaçadas entre outonos

Insones gatunos relinchantes

E os amores reais rompem eras

As almas sempre se encontrarão

Seria o destino?

Acredito q’eu traço o meu

Se precisar mudo as linhas

Onde estava escrito em estrelas

Mas as luzes ofuscam às vezes

Sorte? Azar?

Não... Sementes germinando

Plantadas por várias eternidades

Gerando os tons violetas em quaresmeiras

E eu gerando meu próprio amanhã

Fados, brados, mortes e vidas

Destinos traçados pelas vontades

Cada caminho tem sua bifurcação

E a moeda já foi lançada

Será cara?

Ou um rei morto sem coroa?

Será que nosso amor é infindável?

É infinito, sim!

Robusto como meu olhar

Passeando pelo seu

E o sol aqueceu meu sono

Espião das frestas do tempo

Vejo nossas almas entrelaçadas

Vejo os filhos dos anciãos

E já não tenho apenas mil anos

Tenho infinitude transbordando

Tenho a musa da inspiração

Tenho um amor recíproco

Tenho uma folha e uma ideia

Poética e sem amarras... Minha vontade!