TENTEI ESCREVER
Lápis, papel...escrevo, apago e refaço
Palavras escritas em ansioso afã
De exprimir a beleza em poucos traços
De trazer-te um sorriso em radiosa manhã.
Mira a garoa na janela, tamborila, tão suave
Olha as folhas ao vento, pétalas soltas
Como se brincassem de pegar com as aves
Que pra se esconder revoam loucas.
Veja, caem gotas como diamantes,
Enfeitando toda paisagem outonal
Como fossem lagrimas cantantes
Precedendo mensageiras do frio invernal.
Ao longe o arco-íris surge no horizonte
Prisma cambiante na refração da cor
É arauto de esperança onde se faz ponte
Entre terra e céu unindo-os por amor.
Vem admirar comigo esse lindo presente
Raros são os momentos dessa paz tão terna
Daqui da varanda despede-se o poente
E fica na retina inscrita a imagem eterna.
Redigi, apaguei, tornei a escrever tanto e tanto
Passou o dia, findou a chuva, veio a noite escura
E os dizeres que eu queria, ficaram a um canto
Esquecidos como o vento que lá fora murmura.