Pailavra II

Tem samba adjetivos, samba verbos

Prefere a reta esguia à régua-sombra

Do mole conta-gotas de palavras

Expondo a mordedura do alçapão

Nos olhos de quem fala e cala o fogo

Da quase experiência de sentido.

O jogo foi discreto, poucos dados

Passaram pelos lábios do papel

O termo que era seco fez a curva

Batizada, engomada, mercantil

Ou apenas foi feitiço do momento

Impresso no símbolo gerente.

Quem fica pela pedra que faísca

O verso que o olhar já exilou

Implode a vidraria, abre a cortina

Dos cacos, a sinuca que definha

O corpo das palavras montanhosas

Que nunca existirão em quem as baste.