PELEJAS
Escorrego pela vida correndo atrás do nada.
Guardo o meu sorriso para que não o vejas.
Fecho as emoções em gaveta bem trancada
De tu, de quem escondo as minhas pelejas.
Julgo-me uma mera sombra presa ao mundo,
Debruçada no para-peito de qualquer janela.
O que venha abrir a esse espectro moribundo
Que rasga todo o orgulho que o ser revela.
De mãos vazias ando por aí; abanando-as no adeus;
Olhando por este desafiador e imenso azul horizonte,
Onde passeiam todos os astros e escondendo Deus -
Senhor Pai de Todos os clarões - e sua eterna fonte.
DIONÉA FRAGOSO