Do tanto tempo adiado...

Do tanto tempo adiado...

Delasnieve Dáspet

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Tão singular como o vento

que sopra a terra molhada,

nunca parando;

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Tão suave como os dedos que acariciam

os braços secos da árvore caída,

morta, ceifada de vida;

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A tua espera foi

tão verdadeira como o sino que dobra

na velha capela.

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Tão eu, como os olhos orvalhados,

que é como vou me lembrar,

deste dezembro dourado.

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Tão invisível como o ar,

floresceste, amor, docemente,

em meu viver.

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Tão difícil te esquecer, minha vida,

sem uma aparente razão,

não tenho como te tirar do coração.

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Efêmero momento,

passagem distante, hiato de tempo,

que pára e segue buscando o nada.

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Tanto te busquei,

tão tarde te achei,

não sabias de teu destino?

.

Mas eu te encontrei

amor de minha vida,

sem ti, tudo foi árido.

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És meu destino, minha luz,

não me prives de ti...

não mais fujas, fique,

sabes como eu, sabes do aqui

e do agora, tanto tempo adiado.

DD_Delasnieve Daspet -13,50 hs - 13-12-03 - Campo Grande MS