À minha pequena

"A vingança nunca é plena"

Assim dizia o caduco poema

Mas isso é só frase de cinema

não se aplica a minha pequena

Dona de face tão febril

Seduz-me, ao andar, seu quadril

Faz-me sentir macho e viril

Amando-me, louca, ao som do vinil

Adoeço ao ver tão linda aurora

quando, senil, já não quero ir lá fora

E minha pequena não mais me adora

Pergunto-me então: que faço agora?

Pinto de vermelho meu quarto sem cor

que já não é mais palco de nosso ardor

Minha pequena, perdoe-me o furor

Agora está morta, mas foi por amor

Leilane Correia

(08/2011)

da série: Esboços perdidos