uma horta
eu nao vejo quase
nada. sobre a despedaçada
estradada, jogada
nas sargetas do desejo..
vejo apenas homens,
que já sucumbiram
a essa horrorosa forma
de não viver....
homens de roupas sujas
de olhar tenebroso,
suas palavras vagam
como formigas podres
nas entradas e suas
casas dentro da terra...
o que há mais pra saber...
me diz o que há mas pra
saber...algo de bom, uma
felicidade, um conto de amor..
um pele ao redor da janela...
não há. não é...não hã...
a cidade é peneirada de fome
cobre de estopa suja
os segredo bobo que não
serve pra nada...
nao me apropela o pensamento
o juizo ou minha benevolência
o que guarda como se o tesouro
fosse o guardar e nao o tesouro...
nao sabe o que tem de sentido...
prefiro a estrada de pedra
onde meus pés sangram
e doem...mas vejo o sague
e vejo a dor na minha palmília...
e vejo o calor e a zombaria
do meu esforço..coitados
mentirosos, fingidos...
nao tem segredo algum
depois do balcão...tudo
que tem são homens de negocios
prontos pra te furar o estomago
matar sua família e lhe jogar
num precipício...
não jogará sal na sua tumba...
nao...sabe que ali pode se
fazer uma horta...