PROMESSA
PROMESSA
E agora?
Já destes o teu sim!
Cravastes a lança do medo em teu lado...
De seu peito escorre a ansiosa agonia da espera
Em tua cabeça crescem pensamentos negros
pesando sob seus ombros como fardos de timidez...
E então, o que fazes?
Esse é o preço por ser, por se envolver,
Por se deixar afogar nesse doce veneno chamado poesia.
O que me dizes, já que me olhas com esses olhos ainda verdes?
Promessa é dívida e não foi feita ao homem, mas à poesia!
Com poesia não se brinca...
Ela corta raso e fere o mais fundo da alma.
Eu sei! Queres fugir, queres correr por aí pedindo ao vento que te leve.
Mas esquecestes, o vento é a voz da poesia que te grita aos ouvidos,
Que mistura pensamentos e sentimentos, fazendo brotar desejos e tesão...
Perturba-te o não saber, o desconhecido instante de abrir-se à noite, ás velas.
Já bebestes do vinho, provastes do embriagante beijo da poesia, entregou-se...
E já era noite, quando os versos se derretiam nas vozes dos poetas e tudo se fez magia.
Lembra-te, lá no fundo, bem a fundo sentiu prazer, não adianta mentir nem desviar o que sonhou... Li você naquele dia!
Morre de medo, minha cara? Não devias!
Que bobagem, a poesia morde seus lábios, mas lambe a ferida.
Ela adoça a amargura mergulhando-as em seu bálsamo lírico.
Ela arranha seu peito, mas beija a cicatriz.
Pobre alma!
Não se acovarde, deixe-se e que se cumpra a promessa, que a taça transborde que te faça nua em versos mostrando a tua alma que é só poesia.