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Tu, poeta, és canal,
E não nascente!
As águas que tu carregas
Vem de outros lugares,
Que passam por teu coração
Em momentos de ócio.

As taças que enches,
Tu o fazes com um vinho
Que te transcende,
Não vem das tuas videiras...

E o poema que nascer
De ti, será livre,
Desde o primeiro momento,
À primeira leitura,
Ele não é mais teu...

Se não for assim, poeta,
Ele terá nascido à toa,
De um coração vaidoso
Que de fato, já morreu...
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 30/06/2012
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