A Uma Moçoila Presunçosa
A donzela que passa desfilando garbosa
Com ar de dondoca e o nariz saliente
Esnobe madame, num dolce far niente
Implora atenção como infanta dengosa.
É moça elegante, louçã, donairosa
Que da própria beleza sempre esteve ciente
E embora tão nova se crê sapiente
Egrégia doutora em tons cor-de-rosa!
No entanto, por trás da roupinha de marca
Esconde-se moça de sapiência tão parca...
E ante tal paradoxo, que eu não me cale:
Tua soberba, moçoila, é sórdida e vil
Falta-te charme e sex appeal
Falta-te muito para femme fatale!