Inverno Galáctico

Vem o frio e falta seu abraço

Inverno em minh’alma, galáctico

Coração em descompasso

E a chuva molha meus sonhos

Fica um gotejar constante de ilusões

Vem o frio e à poesia em saudade

Nas noites mal dormidas da cidade

E um ego cala em meio ao peito ensandecido

E a chuva continua desnuda e bailarina

Sobram anseios e desejos de te amar

Vem o frio, mas meu sangue ferve

Borbulha meteoritos e ritos funestos

Calado em encruzilhada com meus protetores

E a chuva apaga as velas cor de mel

Deixando um olor acre na atmosfera

Venha frio e congele meus medos e lágrimas

Em manhãs de nevoeiro doe raios solares

E amenize as pétalas orvalhadas de sereno

Deixe-me beber todas as chuvas de estrelas

E leve-me com os ventos minuanos

Venha frio e leve-me ao meu destino

Leve-me aos polos lunares, em lua desconhecida

Onde eu possa semear novos verões

E compor uma tela em aquarela

Com todos os tons de poeira universal