Invariavelmente
Onde estás, poesia
Que fazes, ó senhora
Estás nos segredos do mundo
Estás nas “cinzas das horas”
Onde estás, poesia
Sob as asas carregando
Do mundo toda a agonia
Onde estás, moça bonita
Levaste-me o laço de fita
Pois que ele te enfeite
As radiantes madeixas
De ti sentirei saudades
De ti não guardo queixas
Onde estás, poesia
Nos mares
Nas penedias
Estás imersa no azul das águas
Estás grudada no casco do navio
Onde estás, ó menina
Com teus lábios de bonina
Quando a noite chegar na surdina
Te guardarei nos olhos
Em cada retina