Guerra certa.
Isto não é guerra.
Não há asas boas e ruins
combatendo por um ideal,
por uma remuneração.
Isto não é guerra,
de cunho algum,
de serviço algum,
guerra não.
Tudo já foi predeterminado,
tudo é permissão,
todos são usados
para o desígnio maior.
Não há guerra invisível,
nas asas de seres maiores
com luxúria, com amor
vivendo a vida.
Mesmo sem guerra, fui escravizado.
Mesmo sem guerra, todos são escravos.
Com uma guerra estou certo,
a guerra de viver sem guerra, pela verdade!
Minha armadura está posta,
minha espada desembainhada,
meu escudo protetor
comamos e bebamos!
Meu grilhões da fé,
sou escravo de guerra,
fui escravizado num estalo de dedos,
foi irresistível!
Sou obrigado, controlado
sou conquistado.
Escravo, com muito prazer
antes não via, agora vejo, o privilégio da escravidão.
Guerra certa, guerra esta:
esmurro meu corpo, e faço dele meu escravo.
[29/06/12]