Ontem

Ontem.

Ontem ao fechar a porta

e apagar a luz

tomada do escuro vi meu

mundo nu e cru.

As paredes brancas sem

a luz do abajur

era uma tela sem

pintura e sem palavra essa

que busquei por toda a

noite

dentro dos meus vãos.

Via ao meu lado o seu

corpo adormecido

e sua respiração

denunciando seu cansaço

só eu vejo o que

ninguém mais vê

Tua carne, teu perfume

e meu ciúme

de outras bocas que

povoam os seus sonhos

lá não entro, e me

mata a aflição e me condeno

E debrucei-me em suas

costas

e beijei a sua nuca e

despertei

na escuridão dos meus

medos escondidos

Todo o mais que te

completa e me aninhei

na sua tatuagem

colorindo minha pele

clareando meus

instintos e te amei.

Cristhina Rangel.

Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 29/06/2012
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