Ermo
Já não sei se minha
poesia
nesta noite cabe
Os verbos me açoitam
Uma revolução me
empele
Arde-me a pele
sensível, vira choro o
riso
Ah! o mundo, esse
apocalipse
Tantos gemem, tantas
preciosas gemas
São quais carvão -
embrutecidas
São as vidas,
massacradas com ignominia
E as palavras
perdem a doçura
em meu paladar
Os cantos, contidos e
aterrados
soterrados, inibidos
Tímidos são como um
soluçar
e eu estarrecida pasmo
E vejo o mundo sem Éden
Cristhina Rangel.