Ermo

 

Já não sei se minha
poesia 

nesta noite cabe

Os verbos me açoitam 

Uma revolução me
empele 

Arde-me a pele 

sensível, vira choro o
riso 

 

Ah! o mundo, esse
apocalipse 

Tantos gemem, tantas
preciosas gemas

São quais carvão -
embrutecidas

São as vidas,
massacradas com ignominia 


E as palavras
perdem a doçura 

em meu paladar 

 

Os cantos, contidos e
aterrados 

soterrados, inibidos

Tímidos são como um
soluçar

e eu estarrecida pasmo 

E vejo o mundo sem Éden

 

 

Cristhina Rangel. 

 


Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 29/06/2012
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