Poema para Anna Akhmatova

mesmo ameaçada você insiste em estar na rua,

mas o seu filho não será libertado, você sente

que se chamar o carcereiro pelo nome de um príncipe

ele cederá, e toda atitude infundada, será enfim

abandonada, mas ele lê suas pobres estrofes

e se lembra que não gosta da arte.

a mater dolorosa enxuga suas lágrimas

na manga do vestido, e pensa em escrever

alguma coisa que ajude o seu filho.

Mas o Pôncio Pilatos moderno está dançando

ao som do seu próprio sarcasmo e covardia.

Porém, você mãe, nunca será esquecida, porque além

das suas palavras de carne, você deixou força

para a futura rebeldia dos séculos:

na imagem do seu choro contido e dolorido

a margem dos muros da prisão.

Daniel Barbosa
Enviado por Daniel Barbosa em 28/06/2012
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