Poema para Anna Akhmatova
mesmo ameaçada você insiste em estar na rua,
mas o seu filho não será libertado, você sente
que se chamar o carcereiro pelo nome de um príncipe
ele cederá, e toda atitude infundada, será enfim
abandonada, mas ele lê suas pobres estrofes
e se lembra que não gosta da arte.
a mater dolorosa enxuga suas lágrimas
na manga do vestido, e pensa em escrever
alguma coisa que ajude o seu filho.
Mas o Pôncio Pilatos moderno está dançando
ao som do seu próprio sarcasmo e covardia.
Porém, você mãe, nunca será esquecida, porque além
das suas palavras de carne, você deixou força
para a futura rebeldia dos séculos:
na imagem do seu choro contido e dolorido
a margem dos muros da prisão.