Alfenins
voarão todas as borboletas
todas as flores murcharão
todos os campos se revestirão de cinza
em ruínas se encontra o palácio
a minha cabeça
tonta
e eu cega
perdida
encho o mundo de pranto
beijo o chão de versos recoberto
por onde passaram um dia
os pés da poesia
estreitarei a inspiração no peito
e nele farei o leito
das colombinas
dos arlequins
guardados na ponta da língua
a palavra morta
apagada
e o gosto de alfenins