FUGA
Quero viver de sonhos,
Com o pensamento perdido
No ar.
Distante da realidade
Crua
Que esmaga o peito e
Finca garras na alma.
Quero curtir o silêncio
Que alimenta o vazio
Existente dentro de nós.
E, assim,
Cheio de um vazio vital
E reconfortante,
Estarei pronto para entupir-me
Das asneiras e imundície
De que nos cerca
O implacável, mas inexorável
Cotidiano.