PRECISO


Manchas de sol sobre a carne.
Os ponteiros embrulham as horas.
Escondo-me do espelho partido,
Não há cotovias, nem rouxinóis.
Julieta arcada, desengonçada,
abatida pela lida.
Desconfio das águas dos olhos
e dos sons da água caindo...
Não quero pegar o rosto de mim mesma
e dizer: foi engano.
E tudo se funde num só rosto
e eu preciso prosseguir.
No sopro tênue de um vento qualquer.
Preciso subir,
preciso fugir.






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